sexta-feira, 8 de junho de 2012

Há coisas de que ninguém quer falar

Interesso-me bastante por assuntos controversos, que apelam a uma certa obscuridade e inquietude. A pena de morte é um deles. Venho falar disto, hoje, porque pela primeira vez na vida, consegui formular uma opinião consistente a propósito deste tema: NÃO aceito a pena de morte. Porquê? Porque é uma forma fácil de tirar a vida a alguém que fez sofrer muita gente. É instantânea, em alguns casos quase indolor, é um favor para muitos. Quem mata, merece morrer. Mas não merece a pena de morte, merece sim, passar o resto do seu tempo dentro de um cubículo minúsculo a ver o sol aos quadradinhos. Não há nada mais precioso que a vida e ninguém tem o direito de a tirar seja a quem for.

Agora penso nisto: uma mulher mata o marido depois de vinte anos de violência doméstica, abuso sexual, agressão psicológica, ameaça do assassinato dos filhos... Sim, este homem mereceu morrer, mas podia ter morrido no tal cubículo se houvessem autoridades competentes que denunciassem casos destes. Enfim, desvaneios que deixam a raiva apoderar-se da minha pessoa.

Isto tudo, a propósito também de uma exposição fotográfica que vi acerca dos últimos pedidos de refeições, dos condenados à pena de morte. Como sabem, todos eles têm direito a escolher uma última refeição. Falámos disto em Filosofia (só podia!) e fiquei bastante interessada, porque não fazia ideia que assim fosse. Ora vejam.

I´m interested a lot for controversial issues, that appeal to a certain obscurity and anxiety. The death penalty is one of them. I´ve been talking about it, today, because for the first time in my all life, i could formulate an consistent opinion about that subject: I DON´T accept the death penalty. Why? Because it´s a easy way to take someone´s life who did lots of people suffer. It´s instantaneous, in some cases painless, it´s a favor for many. Who kills, desserves to die. But don´t desserve the death penalty, desserves rather, spend the rest of their days inside a minuscule cubicle watching the sun for squares. There is nothing more precious than life and nobody has the right to take it from anybody.

Now, I thought about it: a women kills his husband next twenty years of domestic violence, sexual abuse, pshycological agression, threat of murder of her sons... Yes, that man desserved die, but he could have died in that cubicle if had competent authorities that reported cases such as these. Don´t take importance, were ramblings that let the hunger seize me.

All that, also about a photographic exhibition that I saw about the lasts request of meals of condemned to death penalty. As you know, all they had right to choose their last meal. We talked about it in Filosofy (of course!) and I became very interested, because I didn´t know that ir happened. Look.
 
  
 



UNUSUAL

5 comentários:

  1. Concordo sem dúvida alguma cm o primeiro parágrafo. Quando é conhecida a sentença a estes condenados, já se sabe que não vão sofrer. Mas é o que muitos merecem: sofrer para sempre encurralados em 10 metros quadrados apenas com eles mesmos a desesperarem e reflectirem o quão bestas foram para se encontrarem em tão precárias circunstâncias.

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  2. isso são "últimas refeições" verídicas?

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    1. São verídicas sim, chica, todas elas. Umas mais estranhas que outras, conseguiríamos fazer uma análise psicológica dos condenados através da última refeição. A da azeitona, por exemplo, serviria, na prespectiva do homem, para que uma oliveira nascesse dentro dele e purificasse os males que fez ao mundo.

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  3. Ah! e depois tens luxos destes como escolhas... não era suposto ser um castigo?

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    1. Vejo a pena de morte só de uma prespectiva neste momento: um favor. A escolha das refeições só completementa o cenário...

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